ROMÃ
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “S/Título”. Original de minha autoria para este poema. Outubro de 2020.

“S/Título”. Jas. 10-2020-
POEMA – “ROMÔ
ROMÃ DOS CRISTAIS Vermelhos E cristalinos Que se aninham No seu ventre, Sabor acre Como acidulados Citrinos, Meu alimento de Sempre, Que nos une... ............ Os destinos. ROMÃ DE NOME Insinuante Que alude a cidades Ausentes E ao amor Que exala Do incerto sabor Dos bagos Da perdição, O alimento De Kore, De Hades A irresistível Paixão. ROMÃ, De onde vens? Do inferno, Da Pérsia Ou de Granada? És uma maçã Com grãos, “Melograno", Em Roma Reinventada, Cor vermelha E amarela Dos jardins Da minha amada? ÉS BELA, ROMÃ. Vou levar-te Para o meu Jardim Encantado, Para junto do arbusto, Ter mil cristais Em cada fruto, Como os beijos Que te dou Nestas palavras De amor Por deuses Iluminado. PERDI-TE QUANDO Nascias Naquele outono De longínquo Passado, Mas ficou-me Aquele arbusto Que já tinha A meu lado... VOU LEVAR-TE Para ter Junto de mim O rubor Desse teu rosto, Provar de teus Bagos O doce E acidulado Gosto... COMO GOSTO DE TI, Romã de Deméter E de Hades, Da tua cor, Das faces lapidadas De teus bagos, Da fecundidade E do amor Que em ti desperta Quando afago Com as mãos A tua pele... E a emoção Mais aperta: Um intenso E envolvente calor. VEJO-TE COMO TÍMIDA Romã, Doce, Mas acidulada E, qual Kore, Dividida, Como se cada parte De ti Não quisesse A outra Pra nada. MAS ÉS ROMÃ, A minha cidade, Meu Jardim Encantado, Presente Perfumado, Fruto da Mitologia E do amor, Filha de Deméter E da poesia, Que quero sempre A meu lado.

“S/Título”. Detalhe.