ROSTO PROIBIDO
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Deusa das Camélias”. Original de minha autoria. Julho de 2023.

“Deusa das Camélias”. JAS, 2021 – 85×91, em papel de algodão e verniz Hahnemuehle, 310gr, Artglass AR70 em moldura de madeira. 07-2023.
POEMA – “ROSTO PROIBIDO”
QUIS DESENHAR O seu rosto, Pintar-lhe A alma Com as cores vivas Que ainda tinha Consigo, Trazê-la Ao presente Como se não Houvesse Passado, Reinventar-se Com a força Do desejo, Pondo o tempo Do seu lado. A SUA IMAGEM Habitara-lhe A memória Desde que ele A perdeu, Resistira Ao frio cinzel Do tempo Com a beleza Que a deusa Lhe concedeu. QUIS ENTREGAR A alma A esse tão belo Rosto Que prà vida O cativou, Mas o destino Não quis E foi por vontade Dos deuses Que partiu E a deixou. MAS PINTOU-A Para si, Pra dar notícia Ao mundo Da beleza Que ainda O comovia, Fixá-la Pra sempre No tempo, Entregá-la ao Futuro, Assim, Como ele a via. MAS ELA Não permitiu, Cumprindo-se O infausto Destino Uma vez mais, Esse mesmo Que marcara As suas vidas Com indeléveis Sinais. E ASSIM Se consumou O triunfo Do tempo Sobre o tempo Do desejo, O inexorável Destino... ............. Na vida Ele mais não fora Que um errante Peregrino.
