PERGUNTA O POETA À MUSA… (II)
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Perfil de uma Musa”(II). Original de minha autoria. Setembro de 2023.

“Perfil de uma Musa” (II). JAS. 09-2023
POEMA – “PERGUNTA O POETA À MUSA…” (II)
E O POETA PERGUNTOU: - Mas se o amor É mistério (Como dizes), É viagem em alto mar, Se há sempre Tempestades E risco de naufragar, Por onde andas, Ó musa, Que o poeta, Vagando Nas “imperiosas Ondas” Do teu mar, Te vai sempre Procurando Pra mais uma vez Te cantar? - NO MEU LONGO Vaguear Por roteiros De poeta (É essa a minha Missão), Sempre ouço O seu cantar Nesse inútil afã (Qual piedosa Ilusão) De me querer Encontrar. - MAS QUE DESTINO É o teu, Ó musa do alto Mar, Não proteges O meu barco Neste infindo E incerto Navegar? - EU DEIXO A VIDA Correr (Já uma vez Eu to disse), Mas sou fonte D’inspiração, Assim cumpro O meu destino, O que os deuses Me marcaram Em decreto Que é divino E regra da tua Canção. - PALAVRAS LEVA-AS O vento, Ó musa Dos meus pecados, Mas o vento Sopra no barco Que leva Ao alto mar Onde componho O meu canto E me sinto A naufragar. - INSPIRA-TE No meu silêncio, No sussurro Inaudível Da minha velada Voz Se te encontrares À deriva Nas águas revoltas Do mar Sem bússola Nem perspectiva Na arte De navegar. - E É ESSA A salvação? Em teu silêncio Cai a verdade, A que ouves Nas palavras Que devolvem O meu eco Com sabor A eternidade? POIS “EU, Uma reminiscência Da terra”, Naufrago Sempre em ti Nesse mar do teu Silêncio Onde navego à deriva No meu “barco Solitário”, Que de palavras É feito, As tábuas Do meu calvário... AH, SIM, Mas feito Com remos De fantasia Que me resgatam Do mar Quando me ponho A cantar E encho todo O meu peito Com a tua maresia Para assim me salvar...
