CANETA DE CRISTAL
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: "Parousía" Original de minha autoria. 31 de Dezembro de 2023

“Parousía”. JAS. 31.12.2023
POEMA – “CANETA DE CRISTAL”
E COM CANETA De cristal E a dádiva De Athena Pôs-se a compor Com palavras Para cumprir Sua pena. VALEU-LHE A poesia, A lamparina Acendeu E com o mais Puro azeite Em versos Tudo ardeu. SOZINHO Na biblioteca, Arrasado De paixão, Entregou-se À poesia, Libertou A sua alma Das grades Dessa prisão. NO TEAR Ele teceu Um manto Com sua pena E voou lá Pràs alturas Bafejado Por Athena. FOI COMO PRECE Cantada No altar Da emoção, Acendeu-se-lhe A alma, Toldada ficou A razão. NÃO É ASSIM O amor, Um foco intenso Que cega? Ardem palavras Em dor Porque é total A entrega. E FOI ASSIM Que venceu Uma dor Que o oprimia, Sem versos E sem a deusa Era templo Que ruía.
