ONDAS REVOLTAS
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Thálassa”, 2024. Original de minha autoria para este Poema. Janeiro de 2024.

“Thálassa”. JAS. 01-2024
POEMA – “ONDAS REVOLTAS”
ONDAS REVOLTAS Embatem Com harmónico Estrondo Nos rochedos Esculpidos Da praia Da meia-lua. DO ALTO DA TOSCA Escadaria Fixo o horizonte E vejo-me A surfar As ondas Desse teu mar, Em fuga E sem destino Marcado... .............. Simplesmente, A vagar. SINTO NA PELE A espuma branca Que se dispersa Em mil gotículas Sobre a areia fina Da praia, Alvura Cintilante Que me encandeia E me põe À deriva Nas águas Mornas Do mar. DEPOIS SINTO Um leve E curto Marulhar, Sinto paz, Uma melodia Na alma, Azul Que se desprende De ti, Me pinta todo Por dentro E me convida A cantar. REGRESSAM De novo, Tonitruantes, As ondas E esta fúria Impetuosa Do mar Tempera-me A vontade De contigo Navegar. MAS SINTO-ME Frágil Na praia Da meia-lua, A força Cadenciada Das ondas Atrai-me como O canto Das sereias E eu sinto-me Levitar. DE NOVO Ondas brancas, Fervilhando Contra rochas, Esculpindo, Maresia, Gotículas Que pairam No ar E me refrescam A alma, Morrinha Difusa Que me rega A pele já Tão seca de ti... ............. E me ajuda a Renascer. E EU, Sentado ali, A meditar Sobre ti, A ouvir o canto Da Milva Sobre o mar, Thálassa... Thálassa, E com ela Ensaiando Um tímido Trautear... PARÃ... PARÃ... PARÃ... ............. Neste teu mar O barco invisível Do tempo Ali mesmo A flutuar E o meu destino É azul E as ondas Batem nas rochas Sem parar E eu, Já seduzido Pelo som Encantatório, Sinto o meu corpo A tremer, Mas sinto a alma A vagar... ...................... Na praia da meia-lua.

Pingback: Artigo | João de Almeida Santos