“CHÃO”
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Luz na Montanha”, 2021. Original de minha autoria. O Poema de hoje integra um conjunto de sete que estarão expostos, ao lado das pinturas que os ilustram, nas paredes das quatro salas do Museu da Guarda que acolherão a minha Exposição individual “Luz no Vale”, com 51 pinturas, que estará acessível ao público entre 08.02, (dia da inauguração às 18:00), e 07.04.2024. Esta associação entre sete pinturas e sete poemas pretende ilustrar o processo sinestésico que adopto no meu trabalho criativo. Desejo-lhe um excelente domingo e deixo-lhe aqui o convite para que se associe a nós no dia da inauguração da Exposição. 02.2024

“Luz na Montanha”. JAS, 2021. 02-2024
POEMA – “CHÃO”
DESCESTE, Não sei bem De onde. Cravaste raízes Profundas Neste meu Sagrado chão. AO LONGE, Lá na montanha, Surge, do nada, Incandescente, Um clarão. São os meus olhos Que te iluminam... ............... Ou talvez não. NUNCA VI Chover do céu Tanta luz... .......... E no chão Que sempre piso Tão delicada raiz Que cresce Dentro de mim E, suave, Me conduz Como quando Me sorris. ESTA LUZ Que lá do alto Ilumina É magia, É milagre, É fogo Que me fascina Neste meu Entardecer... ............ Faz-me voar Para ti Apenas para Te ver. MAS NAS RAÍZES Que crescem Por dentro E por fora Como rendilhado Neste meu chão Seminal Fica presa A minha alma Como se fosse Prisão... .................. Por pecado capital. ELEVA-SE NELAS A geometria Perfeita de um Monólito Sideral Para te invocar Em ritual De montanha Onde possas Renascer Como a divindade Da chama. A MAGIA Deste chão, Despertada pela luz Que vem lá De cima, Do alto, Devolve-me A liberdade, Acende-me a fantasia, Põe-me a alma Em sobressalto E o corpo Em euforia... ENTÃO, CANTO Então, danço Neste chão Que é só meu, Dou asas À fantasia E a fronteira é o céu.
