RITUAIS
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Catedral”, JAS 2024 Original de minha autoria Novembro de 2024

“Catedral”. JAS 2024
POEMA – “RITUAIS”
NESSE DIA, Imaginei Um templo Revestido de vitrais, Celebrações Em palavras E singelos rituais... EVOCAVA, Assim, O tempo Em que sempre Me perdia Nesse seu olhar Esquivo Que quase tudo Dizia, Em que os silêncios Sobravam Como se fossem Castigo De pecados Em que nunca Me revia. O QUE RESTOU É alimento Da alma, É fervilhar De memórias, Inscrições Sensoriais, Silêncio Profundo A poético Chamamento E nada mais... ......... Um poema, A catedral, Invocação Em tormento, Oficiar Rituais. FUTURO Imaginado De voluntário Amante Construído Nas ruínas De um passado Que já é Muito distante. O QUE SOBRA É um brilho Coado, Melancólico, Cinzento, O negro De seus olhos Inquietos E de seus cabelos Fartos, Ao vento... TUDO A FERVILHAR Na minha sofrida Memória, Delicada recriação Em palavras Com história. DOU-LHE, ASSIM, Nova vida, Renovo-me Também eu, Falo ao mundo Comovido De um tempo Que é só meu. IMAGINO Esse templo Sempre que Regresso Do meu Jardim Encantado, Vibrante de cores E por fora Perfumado, Mas por dentro Melancólico e Sofrido Por a ter, Nesse tempo Já passado, Dolorosamente Perdido...

“Inscrições”. JAS 2024