AS FONTES DE TIVOLI
Poema de João de Almeida Santos, inspirado no romance "Via dei Portoghesi". Ilustração: “S/Título”, JAS 2024. Original de minha autoria. Dezembro de 2024.

“S/Título”. JAS 2024
POEMA – “AS FONTES DE TIVOLI”
FOI NAS CEM FONTES De Tivoli, Nos jardins De Villa D’Este, Que bebeu Da água pura E com ela Transformou Sua vida Atormentada Numa bela Aventura. SEDUZIDO E abandonado Por musa bela E forte Que o tornara Cativo, Sem saber Por que razão, Perdeu o rumo, Perdeu o norte, Seu castigo, E caiu Em profunda Solidão. NÃO FOI SONHO De amante Perder-se Em fantasia, Foi fogo Vivo e cortante Onde viver Não podia. PARTIU, POIS, Pra encontrar Novo rumo, Nova via, Palavras, Versos, Estrofes, Essa bela Alquimia... ............. Mas esse era Percurso Que nem ele Bem conhecia. PÔS-SE, CONTUDO, A caminho, Subiu logo Ao monte, Bebeu cem vezes Da água, Vagueando Por ali Para afogar Sua mágoa Nas fontes De Tivoli. NO LUNGOTEVERE, Onde vivia, Só via as pontes Por onde ela Passava Ao encontro Do destino No outro lado Do rio, Como quem já Não tem rumo E vive Em desvario. SALVOU-O A água pura Que tinha sempre Consigo, Bebia quando A via Pra se resgatar Do castigo, Do fogo Que o consumia, Era água De poeta, A que vem De Hippocrene, Que alimenta As musas E liberta A fantasia.
