O PASSADO E O PRESENTE
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Natureza Morta” Original de minha autoria Janeiro de 2025

“Natureza Morta”. JAS 2025
POEMA – “O PASSADO E O PRESENTE”
QUANDO O PASSADO É presente E mora mesmo A teu lado, Quando o tempo Se pressente, Mas um muro Intransponível Te mantém Sempre isolado, Esse tempo Marca O compasso Da vida, Memória De uma partida Que nunca Se desejou. CRIA Angústia, Desespero, Inaudível Ecoar, Porque é passado, Passou, E já não pode Voltar. RESTA A FRESTA Do imprevisto, Do acaso Que te faz Estremecer E quase abalroar, Um passado Que flui Ali mesmo A teu lado, Mas já não podes Tocar. É VIVO E é morto Esse passado, É fluxo Intangível, É escuro, Ao lado de onde Estás, Sem presente Nem futuro, Onde as sombras Não se movem Nem prà frente Nem pra trás. A LUZ ESTÁ Lá fora E pode encandear Com seu forte Clarão E tudo então Se mistura Lá no fundo De ti mesmo, Num imenso Caldeirão. POR VEZES, O tempo É como O nada, Pulveriza A memória E tudo Perde sentido, Como terra Devastada. AH, MAS ACONTECE O acaso, A visão Do teu passado Que caminha A teu lado E te convida A cantar, Ilusão De que te ouçam Nas ruínas Desse muro Derrubado A sonhar. QUANTAS VEZES Acontece O sonho Te libertar... ............ E como é Tão bom Sonhar Sem saber Que é um sonho Até ao teu Acordar. E SE O SONHO Comanda a vida Também há-de O passado Comandar Pra dar forma Ao encontro Desejado Entre quem Por ele Sempre soube Esperar. ESTE É O SONHO Que, um dia, O poeta Fascinou: Reconstruir O passado Para viver Encantado Como sempre Desejou, Em sonho Ou acordado, No presente, No futuro Ou até no seu Passado... .......... No tempo A que o destino O votou.
