A NEVE
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “A Neve e a Montanha” JAS 2025 Original de minha autoria Fevereiro de 2025
POEMA – “A NEVE”
EU SINTO A falta da neve Como a falta De um amor, É saudade, Melancolia Que sofro Como uma dor Que outrora Não sentia. MESMO SE A VEJO Ao longe, Lá no alto Da montanha, E a tenho Cá muito dentro De mim, Sua falta É moinha Que parece Não ter fim. ESCASSEIA Ou já não vem Ao encontro No jardim Ou nas ruas Da minha aldeia Como sempre O fazia, Era amor De juventude, Era assim Que a sentia. AMORES ANTIGOS São pra sempre (Os que foram No passado), Até que um dia Revivam E surjam ali A teu lado, Mesmo que seja Assim... ............. Num encontro Inventado. ERA SEGREDO Da neve Vir ter Ao jardim, Comigo, E eu crescia E vivia Num mundo De fantasia Que era o meu Seguro abrigo... ............ Onde melhor A sentia. NÃO ERA Turista de neve, Fazia parte de mim, Brincava sempre Com ela Nas ruas Da minha aldeia Ou, então (era segredo), No recanto Do jardim. MAS AGORA O que me resta? Ir à fonte glaciar Trazer a neve Comigo, Vê-la descer Lá do alto Em forma de água Gelada A caminho Do meu rio, Neve pura, Neve fria (Não seca, Mas já molhada) Que me refresca A alma Como quando Lá do céu A neve Se oferecia Como beijo De uma fada.

