TEMPO
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Musa" Original de minha autoria Abril de 2025
POEMA – “TEMPO”
OLHEI-TE NOS OLHOS E eram negros, Intensos E tão profundos, Toquei teus cabelos Com o olhar, Caminhei a teu lado Nesse jardim E, então, senti Tão perto de mim O teu corpo A respirar O acre perfume Dessa ramagem Do vasto jasmim... .............. E logo aprendi A sentir-te melhor Com o meu olhar. INEBRIOU-ME O intenso Aroma Do belo jardim E enredei-te Num tão doce Enleio Que até parecia Nunca mais ter fim. BRILHARAM ALI, Nesse meu jardim, Tão docemente, Duas horas inteiras, Esses teus olhos... ................. E neles me perdi. ESTIVE NO CÉU Ao lado de Deus E lá vi dois sóis Que não eram dele (Uma luz intensa) Porque eram teus. MAS O TEMPO Corre Depressa demais E é sempre assim, Todos os dias Se tornam iguais Quando tu te vais E, em nostalgia, Eu fico no cais. VOLTEI A OLHAR-TE Três horas seguidas (Parecia verdade), Mas era ilusão, Porque tu partiste Deixando-me só E o que sobrou Foi a solidão. SUBIU A TRISTEZA A saudade irrompeu Colou-se-me Ao rosto... ............ E como doeu! SE EU NÃO TE VEJO Sinto Falta de ti, Mas se te encontro Logo te perco Porque o tempo Voa E logo te leva Pra longe dali. TER-TE DEMAIS Aumenta a saudade E quando te vais São negras As nuvens Da nossa cidade E é muito triste A tua partida Lá do nosso cais (É mesmo verdade). MAS MESMO QUE TRISTE Até sou feliz E com estas mãos Te vou escrevendo O que quero dizer... Mas o tempo Volta de novo A correr E cresce a vontade De logo te ver Mesmo que saiba Que é nesse instante Que te vou perder. TENHO SAUDADES, Saudades de ti, Desse virar Da nossa esquina, Nessa mesma rua Onde eu te vi, Dessa janela De onde espreitámos O que do mundo Sobrava pra nós... EU JÁ NEM SEI Que hei-de fazer, Ter-te demais É puro prazer, Mas quando te vais Fico a morrer. NEM SEI Que te diga Ah, meu amor, Quando tu me deixas Já nem sinto dor Tão grande A tristeza De já não te ter Pois logo partiste Mesmo sem querer. OLHEI-TE NOS OLHOS Mas já não estavas E o que eu vi Foi a imagem Que tu me mostravas Quando sentias Que era tão grande Essa minha dor E é mesmo por isso Que aqui estou A escrever-te Este meu poema... .................. Como prova de amor.

