LUZ
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Paraíso” JAS 2022 (68x84, em papel de algodão, 310gr, e verniz Hahnemuehle, Artglass AR70, em moldura de madeira) Setembro de 2025
POEMA – “LUZ”
TANTA LUZ, Meu Deus, Esse teu céu, Imenso mar, Espelho De todos Os sonhos Que dão asas Pra voar. O CÉU É BRANCO, Cintilante, Para te iluminar E os teus olhos Logo brilham, Em viagem, No meu mundo, A voar. QUANDO Nos sonhos Eu te vejo Iluminada Entro sempre Numa porta Branca Que me leva Ao paraíso, Guiado Por uma fada. E, ENTÃO, VOO, Deixando Para trás O meu Jardim Encantado, Os bailéus Da casa-mãe, Desenhados A rigor, A quelha da minha Infância Que já anuncia A viagem De uma vida D'errância E tantas vezes Com dor. NOS SONHOS, (Em todos eles) Caio das nuvens Brancas, Como Ícaro, Quase cego De tanta luz, No jardim Onde tu vives Sempre vestida De cores Como um manto Que seduz. É ESSA TUA LUZ Cintilante Que ilumina O que me sobra De ti, Nos sonhos Escritos, Pintados, Onde sempre Eu te vi E onde te vou Visitando Quando as saudades Apertam Por aquilo Que perdi. ETERNO RETORNO Na vida De um poeta Sonhador, Uma luz Que se acende Lá bem no alto Do céu, E o regresso Ao jardim, Esse céu Que é só meu.

