A PORTA
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “A Porta” JAS 2025 Original de minha autoria Setembro de 2025
¡Qué trabajo nos cuesta traspasar los umbrales de todas las puertas! Vemos dentro una lámpara ciega o una niña que teme las tormentas. La puerta es siempre la clave de la leyenda. Rosa de dos pétalos que el viento abre y cierra. Federico García Lorca, “Puerta Abierta”, 1921
POEMA – “A PORTA”
BATI LEVE, Levemente, A uma porta Com a luz Do meu jasmim, Silêncio, Foi o que ouvi, Do princípio Até ao fim. ILUMINADA Por jasmim Numa cascata De luz, Esta porta É mistério Pra quem O mistério Seduz. TALVEZ SEJA Porta De sacrário Que guarde Corpo Intangível De deusa Do meu passado, Entrada De templo Encantado, Esse lugar De mistério, Esse lugar Do sagrado. SÓ SILÊNCIO De catedral Se ouve Com seu eco Em surdina Que desafia O poeta A cantar O que o eco Ilumina. AH, A VERTIGEM Do oculto, Celebrado Por uma porta Vestida De luz Pelo imponente Jasmim Com essa cascata Brilhante Que brota Do meu jardim E que tanto Me seduz. FOSSE A PORTA Transparente E raios de sol E de luz Entrassem nela, Vítrea Como janela, Dissipava-se O mistério Que a porta Não revela. MAS EU QUERO Apenas pintar Essa porta, Ombreira D’inspiração, Porque não ouso Passar A fronteira Que desvela O mistério Que há nela Com esta minha Canção.

