AS BAGAS
Poema de João de Almeida Santos
Ilustração: “Bagas no Jardim”
JAS 2025
Original de minha autoria
Outubro de 2025
POEMA – “AS BAGAS”
AO RAIAR
De um certo dia
Desci logo
Ao jardim,
Havia algumas
Rosas,
Um azevinho
Sem bagas,
Três cameleiras
Frondosas
E tudo ali
Para mim...
VI DEUSA
Desnudada
Por entre verde
Folhagem,
Uvas frescas
De latada
E a deusa
Como imagem.
MAS AS BAGAS,
As bagas
Do azevinho,
Vermelhas,
Cor do meu sangue,
Não as tinha,
O pobrezinho,
Era arbusto
Exangue.
E EU TRISTE
Por as não ter
A fazer-me
Companhia
Quis um enxerto
Fazer
Com bagas
Como as queria.
PEDI AO JARDINEIRO
Que as trouxesse
Pra mim,
Pois sem elas
Era pobre
O meu amado
Jardim.
MAS O TEMPO,
Sempre o tempo,
Não as daria
Até o azevinho
Crescer,
Por isso, pus mãos
À obra
Para em versos
As ter...
EM VERSOS,
Também em cor,
Era assim
Que as teria,
Quisesse
O pintor
Pintá-las,
Ilustrar
A poesia.
BAGAS
E fantasia,
Ali prontas
Pra criar,
Não as tendo
O azevinho
Desenhei
Um novo arbusto
Para bagas
Ele me dar.
E ASSIM FIQUEI
Feliz
Por ter bagas
Vermelhinhas,
Não eram
Do azevinho,
Mas as bagas
Eram minhas.

