O COREÓGRAFO
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Penché” JAS 2025 Original de minha autoria Novembro de 2025
POEMA – “O COREÓGRAFO”
SOU COREÓGRAFO Da minha alma, Desenho-me No espaço Com a suave Melodia do teu Silêncio, Sempre embalado Por essa música Inaudível Que soa sempre Desse teu lado... IMAGINO-TE, Às vezes, Num solo, Em palco, Numa noite De luar, Na praia Da meia-lua, Bailando Ao som Dos murmúrios Intermitentes Do mar. MAS O SILÊNCIO É a tua Sinfonia, O teu canto De sereia, A melodia Que ressoa Nesse mar Murmurejante De linóleo Onde te desenho Em suave Bailado, A despedida Que nunca Terá fim... .............. Esse meu fado. GOSTO DESTA DANÇA, Contraponto Dos sinais Invisíveis Com que pontuas A tua assinalada Ausência, Um bailado A solo Com o som Dos murmúrios Do mar E da minha poesia Na praia Da meia-lua, Numa noite De luar E perfume De maresia. E EU CANTO-TE, Mas neste meu Canto Eu conto-me Como espelho Onde podes Rever O passado Desse futuro Que nunca Existirá. AGORA, SOZINHO Na praia Da meia-lua, Acendo um sol Com as minhas mãos E procuro O que nunca Encontrarei, A não ser Sombras De mim próprio, A cantar, Como se as notas Musicais Estivessem Gravadas Na areia branca Da baixa-mar. ESTE, O que te celebra Em arte, Com poesia, Já não é ele, Mas o coreógrafo Da sua melancolia.

