MUDA TUDO, TUDO MUDA
Poema de João de Almeida Santos
Ilustração: “Encruzilhada”
JAS 2025
Original de minha autoria
Novembro de 2025

POEMA – “MUDA TUDO, TUDO MUDA”
MUDA O VENTO
E mudam também
As palavras,
O poeta
O dizia.
Sobre sinais
Era sábio,
Mas de vento,
Isso não,
Sobre o vento
Pouco sabia.
MUDA TAMBÉM
A vontade
E muda
De direcção,
Mudam
As cores
Com que a pinto
Pra temperar
A ambição.
O QUE CONTA
São os ciclos
Desta vida,
Os que o tempo
Desenhar
Pra cada nova
Partida
Num eterno
Movimento
Como o das ondas
Do mar.
HÁ ENCRUZILHADAS,
É preciso
Escolher
Para logo decidir,
Mas às vezes
Não podemos
E, então,
Ah, então,
O que fazemos?
Temos mesmo
De fingir.
MAS NÃO HÁ
Muito a fazer
Porque o vento,
Sempre o vento,
Sopra às vezes
Numa certa direcção
Para levar
As palavras
A voarem
De feição.
MUDAM OS TEMPOS
Muda o vento,
Muda a vontade
E a ambição
E até muda
A verdade
Quando é forte
A ilusão.
MAS AS CORES
Do arco-íris
(Essas, que belas
Que são)
Viajam sempre
Comigo,
Voam leves,
De feição,
Mesmo que alguém,
Por castigo,
Possa dizer-me
Que não.
AS CORES
Animam
A vida
E o desejo
De mudança
Pois transformam
O incerto
Em horizonte
D’esperança.
