NÃO SEI!
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Incerteza”. Original de minha autoria para este Poema. Março de 2019.

“Incerteza”. Jas. 03-2019
POEMA – “NÃO SEI!”
SE ME PERGUNTARES Por que razão Eu te amo Respondo-te, Com espanto, “Não sei!” SE ME PERGUNTARES Pelo que dói Neste tão cego Amor, Respondo-te Que não sei, Que sinto Pungente dor Esparsa Sobre o meu corpo Como sentido Penhor De um rapto Imprevisto Que nunca há-de Ter fim... SE ME PERGUNTARES, Depois, Se eu sinto A tua falta Respondo-te Logo que sim, Que tenho sempre Saudades Mesmo quando Eu te tenho Aqui bem junto De mim. “- PORQUE SOU EU A mulher Que te merece Atenção?” AH, ISSO EU SEI, Meu amor... .................... Foi o destino E a minha salvação, Esta dor Que não me vem Da vontade, Da procura Da verdade, De um saber Que não terei... ..................... E tudo o mais Eu não sei... ................... Quando te beijo Na alma! “- O QUE SABES TU DE MIM, Neste teu Desejo ardente?” POUCO OU NADA Sei de ti E sabendo O que não sei Não te amaria Às cegas, Assim tão Intensamente! AMAR-TE É como beber Tempestades, É dor que Não se sabe Onde está, É mistério Revelado, É encanto Permanente, O reverso Do saber, Luz intensa Que me cega E também Fascinação, Anúncio Que nunca acaba, Lado oculto Da razão... “- PRA QUE ME QUERES, Então, meu amor?” EU QUERO-TE Para te querer, Simples vontade De ti Como fim Do meu viver, Sentir saudades Do que estou Sempre a perder, Olhar-te nos olhos E ver neles O teu mundo... E o mundo Dentro deles, O brilho Embaciado De um olhar Onde me perco... E SE UM DIA Eu souber Por que razão Te amei Chorarei Eternamente Porque então Descobrirei Que por isso Te perdi...

“Incerteza”. Detalhe.