VOU CONTIGO PRA PASÁRGADA
A Manuel Bandeira
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Pasárgada”. Original de minha autoria. Outubro de 2021. (Primeiras versões do poema e da pintura: Novembro de 2018).

“Pasárgada”. Jas. 10-2021
POEMA – “VOU CONTIGO PRA PASÁRGADA”
VOU CONTIGO Pra Pasárgada, É outro mundo, Irmão, Eu não fico Por aqui, Falha-me Inspiração Porque a brisa Do Nordeste Ficou lá, No Maranhão. TENHO SAUDADES, Manel, Nostalgia do futuro, Não quero De volta O passado, Foi um tempo Muito duro, Foi um tempo Confiscado. VOU CONTIGO Pra Pasárgada, Há tempestade No ar, Não quero Ficar aqui Porque a brisa Do teu berço Não passou Do Piauí. PRA PASÁRGADA Quero ir, Lá todos Falam verdade, Por aqui Não ficarei, Já me falta Liberdade, Lá sou amigo Do rei E é muito bela A cidade. GOSTO DE TI Ó poeta Do reino Da utopia Que busca A liberdade No país da Poesia Onde se canta E se dança Porque o ar É do mais puro E cheira A maresia, Perfume De divindade. VOU CONTIGO Pra Pasárgada, Não gosto D’estar aqui, Há ruído Que é demais, Esta terra Não me serve, Eu espero-te No cais... NAVEGAMOS No teu barco À procura De mar calmo, Céu sereno E tudo o mais, Viajando No azul, Peixes voando No mar, No horizonte Uma ilha, Mulheres lindas A acenar... EM PASÁRGADA Sou feliz, Canto e Danço Na madrugada Até que o corpo Se canse Com alma Apaixonada E adormeça No regaço Da mulher Que for Amada. POR AQUI OUÇO Ruído, Há armas A crepitar, Matam poemas Com gritos, Já não podemos Cantar... VOU CONTIGO P’ra Pasárgada, Meu mestre De poesia, Cantarei os teus Poemas Seja noite Ou seja dia, Alegram-se As nossas almas No reino da utopia.