A TURBA
Conversas com Manuel Bandeira
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Palácio das Artes na Ilha da Utopia”. Original de minha autoria. Janeiro de 2023.

“Palácio das Artes na Ilha da Utopia”. JAS. 01-2023
POEMA – “A TURBA”
AH, MANEL, Cedo demais Eu cantei, Dei vivas À liberdade Nas ruas e Nas praças Da cidade Quando o tumulto Da turba Já se fazia Ouvir Nas catacumbas Da vida, Nesses lugares Perigosos Onde não Podes sorrir, Onde a cor É proibida. ERAM HORDAS Revoltosas, Caíram Pesadas na praça, Destruíram A calçada, Esse sagrado Lugar Onde estávamos A ver A nossa banda Passar. NÃO SAIO DAQUI, Manel, É melhor viver De brisa, Ao lado da Anarina, A fúria dos Invasores Não me deixa Respirar, Metralha Os meus sentidos, Já nem consigo Voar. CÁ NA ILHA, Manel, Há sempre Uma brisa fresca, Mulheres lindas A sorrir, Há flores, Há rios E também mar, Há pintores De tinta fresca Que estão sempre A pintar, Há poetas, Trovadores, Há baladas De embalar, Há alegria Sem fim E música Para dançar. E POR ISSO Eu cá fico. Há muito frio No ar, Há muita arte Perdida Que temos De recriar. PROCURO, POIS, A magia Para celebrar A vida Em nome Da liberdade Com as cores Da nossa ilha Cantadas Em poesia, Que é canto De verdade. NA ILHA Prossegue O sonho Em serena Acalmia, Por isso daqui Não saio Para cantar E dançar A valsa Da liberdade No palco Da fantasia.