DESTINO
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “O Voo da Rosa”. Original de minha autoria. Dezembro de 2023.

“O Voo da Rosa”. JAS. 12-2023
POEMA – “DESTINO”
RENUNCIEI Para nunca Te perder, Mas neste Silêncio sofrido Vai declinando, Traído, O que pra sempre Eu quis ter. VÊS, BERNARDO, Que destino? Que desassossego, O meu? Quis seguir O teu caminho E, de tanto Caminhar, Perdi-me... .............. Já não sou eu. QUE DESENCONTRO Foi esse Desde o dia Em que a vi? Dei-lhe errados Sinais, Cavando Cada vez mais Esta funda Solidão Que nasceu Quando a perdi... VÁ, DIZ-ME Tudo o que Não sabes (É a ela Que eu peço), Eu quero Mesmo saber Pra te cantar Em poemas E assim não Te perder. TU AMAS A poesia? Senti-la é Doce sofrer, Ela diz tudo Com nada E seu canto É prazer, É como o voo Da rosa, É melodia De fada Mesmo quando Faz doer. NO POEMA Eu até finjo, É poeta Quem o diz, Mesmo que sinta O que digo Nunca sou, Sem ti, Feliz. MAS POEMA É como a vida, Posso ouvir A tua alma Em desejos Com palavras... ........ É o modo De te ter, É remédio Que me salva De na solidão Me perder. ESTE CANTO É, pois, meu, Nem tu Mo podes Roubar, Se dizem Que é só pra ti... .......... É verdade De enganar. MAS O VERSO É o meu beijo Nesse rosto Que perdi, É quente Como o desejo E resiste A quem te diz Que o poeta Não te ama, Porque desenha As palavras Com um pedaço De giz... O AMOR Em poesia Não é, afinal, Deste mundo, Quem o ler Como utopia Vai mais longe, Vai mais fundo, Nem vê O pobre poeta Como simples Vagabundo... EU NÃO GOSTO Da renúncia, Mas que posso Eu fazer? Se não cantar O que sinto É mais profunda A perda, Não há modo De te ter...

Mais um belo poema de amor!
Que a vontade de versejar e de pintar, tão bem como o faz, seja permanente, para sua realização pessoal e para a satisfação de quem o lê e vê, nas suas duas artes -poesia e pintura.