ENCONTRO
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Silhueta”. Original de minha autoria para este poema. Outubro, 2019.

“Silhueta”. Jas. 10-2019
POEMA – “ENCONTRO”
OS ASTROS ALINHARAM-SE Uma só vez, Passados anos De aridez Que roubou Tempo De fantasia, Luz À vida, Lentamente, Cada dia... ENCONTREI-TE Sem querer... .................. Astros ou destino, Quero lá saber... Que bela Esta forma Tão singela De te ver! ABANDONEI-ME Ao destino, Chegou o acaso, Vi-te estranha Ao olhar De tão tardio Encontro Com a fita Da memória A rolar Em moviola. ERA INCERTA A TUA IMAGEM, O olhar Embaciado, Um arco-íris Descera Com o sol Dessa manhã, Gotículas Brilhantes Como lágrimas De alegria... FICOU-ME A alma cheia, A transbordar (Ficou), Mas o vazio Também logo Regressou. Mais do mesmo, Como antes, Um desencontro Sem fim... ............... E o ânimo Quebrou. VISLUMBREI-TE Perto do meu Destino, Raptou-me O acaso A incerta silhueta Que não pude Desenhar No meu campo De visão Como se fosse Castigo Por insólita Paixão. AQUI ESTOU EU Devolvido À solidão, Novas saudades De ti, Um poema Em gestação... SÓ ASSIM EU SEI Falar, Fico incerto Se te vejo, Troco o passo A cada instante, Hesito nesse Momento, Finjo aquilo Que não sinto E, por fim, Fico tão-só Amante da poesia Que me dá o que Não tenho... ............... Uma réstia De alegria. OS ASTROS ALINHARAM-SE Pra te voltar A perder, Dois minutos, Um sorriso... ................ Chegou cedo Este novo Entardecer!

“Silhueta”. Detalhe.