TRÊS
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: "Geometria”. Original de minha autoria. Abril de 2020.

“Geometria”. Jas. 04-2020
POEMA – “TRÊS”
SINTO TRÊS VEZES A tua falta Na sofrida Solidão Onde encerro O que não tenho No Monte, Oráculo Desta minha Invocação. TRÊS VEZES Eu sinto O teu silêncio, Na ausência Do teu rosto E do som Da tua voz, Do aroma Do teu corpo... ................ Minha foz. ATÉ A ALMA Escasseia... ............... Não lhe sinto Pulsação, Desmaiada Sobre mim, Inerte Nestes meus braços, Uma carícia Sem fim... TEU SILÊNCIO Cai pesado Sobre a minha Solidão, Meteorito Na alma, Inaudível Colisão. SOBRA-ME, De ti, O nome, Rasto da tua Passagem Na rua Que já foi minha, É nela que eu Te sonho E te pressinto Como deusa Nas noites Do meu luar E te canto Em poemas Onde os nomes São metáforas E sem limite O poder De nomear. EU SINTO A tua falta Três vezes De cada vez. É falta a mais, Eu bem sei, Mas o número Perfeito É o três. ABRAÇO O número Da perfeição, Desenho Triângulos Em liberdade Até que os sinta Vibrar, Instrumentos Musicais Que dão voz À minha dor Na exacta Geometria De teus breves Rituais. NELES OUÇO A tua melodia Como eco Desse nome Que no sonho Invoquei, Dou início Ao poema Pra te sussurrar Baixinho A história Que sonhei.

“Geometria”. Detalhe.