COR, DÁ-ME COR
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Cor”. Original de minha autoria para este poema. Novembro de 2020.

“Cor”. Jas. 11-2020.
"Donde termina el arco iris, en tu alma o en el horizonte?" Pablo Neruda
POEMA – “COR, DÁ-ME COR”
COR, DÁ-ME COR, Fico mais perto De ti Se vieres Docemente Com o vento. Cor, dá-me cor Que as palavras Coloridas Já me sabem A cinzento. OU TALVEZ NÃO. Palavras Nunca me faltam Nem vivo Na escuridão, Ainda consigo Dizer-te E com elas Dar-te a mão. TENHO-AS Que me cheguem Para cantar Ao vivo O concreto Do teu nome, Ouvir assim O teu eco Quando a tristeza Irrompe E esta dor Me consome... AH, MAS A COR Se for intensa E nascer Por explosão, Se tiver Em contraponto Palavras De emoção Que dão ritmo Ao azul Dos teus sonhos De papel... ................. Ah, sim, é tudo O que eu preciso Pra te esculpir A cinzel. DÁ-ME COR Que eu sou Sensível À luz fulgente Do teu olhar, Vagueio nas Flores que colho Quando vestes O vermelho, A cor viva Com que brilhas No cristal Do meu espelho... ............... Ou te cobres Com o manto Do arco-íris Que és. AH, TU ÉS COR, Gota d’água Suspensa No fio Do horizonte, Iluminada De ouro Pelo sol Que já desponta Lá em cima, No meu Monte. DANÇAS COM ELA, A cor, E com ela Adormeces... .......... Por amor. É sopro Da tua alma Quando a vida Se faz sonho E lá no alto Do céu Logo te cobres De azul... MAS EU GOSTO De te pintar Com palavras, Onde o azul é Mais quente, O verde Esse teu manto E o vermelho Emoção Nos poemas que Te canto Com paixão... ............... Vibra o verso Em amarelo Dói-me o peito De amor E já treme A minha mão. É NA COR Destas palavras Que te revejo As vezes Que eu quiser Pois dou corpo Ao desejo Nos poemas Que fizer. CADA VEZ MAIS Gosto de cor, De me confundir Com ela, Dançá-la Como vida Em efusão, Fogo de artifício Que embriaga Os sentidos Como lava de Vulcão... EVOCO O Poeta-Mestre Quando pedia “Mais luz” Já no seu leito Fatal. Tinha luz Dentro de si Mas a cor Já não entrava No portal. Era cinzenta E ténue A cor Que lhe restava E logo escurecia Quando a porta Se fechava... LUZ É COR, Desperta da Letargia, Ressuscita Do torpor, Celebra vida Com magia, É canto, É alquimia, Chilreio de Passarinho Que anuncia O meu voo Aos azuis Que por lá pintas Como se fossem Meu ninho. AH, SIM! Mas eu gosto É de palavras, Foi com elas Que te vi Nas letras Que desenhei, Os rostos Que descrevi, Emoção Que não calei. E TU CABES Em quatro letras Quando teu Nome Tem sete E me sabe A Primavera No meu Jardim Encantado Onde tudo Me fascina Porque a beleza Impera E eu fico Apaixonado.

“Cor”. Detalhe.
Simplesmente belo!!!!
Gostei imenso do Poesia em Pintura. João. Conseguiu colocar as cores certas, para as ocasiões especiais na sua vida. Uma Poesia muito completa ..Luz é vida na verdade e, o cinzento é uma cor sombria para a sua forma de ser. Felicidades