SEGREDO
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Deusa das Camélias” Original de minha autoria para este poema. Março de 2021.

“Deusa das Camélias”. Jas. 03-2021.
POEMA – “SEGREDO”
VOU CONTAR-TE Um segredo: Amei-te Em poesia, Oh, se amei! As palavras eram Graves (Bem sei) Mas sempre cheias De cor, As rimas Eram suaves Em melodia Com dor, Tudo o que De ti Me sobrou... .......... Meu amor. CONTEI-TE HISTÓRIAS De desencontros E dancei Com palavras Luminosas Que inventei Para por dentro Te ver Nesse jardim De camélias Que cultivas No teu peito E que eu pinto Com desvelo Pra deste modo Te ter. CANTEI Pra te aquecer Na fria dança Do silêncio E contigo levitar, Voando, Invisíveis, Sobre ruas E sobre praças, Ao luar, Para, depois, Pela manhã, Acordar E um arco-íris Erguer Como ponte Desse vale Exuberante Onde te sonho, Neste meu Entardecer. SONHO, SIM, Alheio ao bulício, Ao indiscreto Cochichar Dos que vivem Na rotina, Dos que Não sabem Voar. AH, QUE SONHO! Não sei se Pousaram No parapeito da Tua janela As palavras Que sonhei... ................. E se alguém te Contou Que andavam Borboletas No ar, Esvoaçando, Perdidas, À procura de pólen Nos jardins Verdejantes das Nossas vidas... MAS TU PERGUNTAS, Agora, Se ainda vivem As borboletas De vida breve, Se regressam Ou já pousaram Noutro jardim, Se há pólen, Se há vento Ou pensamento Que as traga De volta Desse incerto E imprudente Confim... E EU RESPONDO Que a sua vida E destino São o brilho Deste céu Que vive Dentro de mim.

“Deusa das Camélias”. Detalhe.