AUSÊNCIA
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Silêncio”. Original de minha autoria. Junho de 2021.

“Silêncio”. Jas. 06-2021.
POEMA – “AUSÊNCIA”
SINTO A TUA FALTA, Ah, eu sinto, Por isso canto e danço Até cair exausto No palco De um poema. SINTO O TEU SILÊNCIO, Que já nem Murmúrio é, Um vazio cá No fundo De que o canto É o eco E sofrido Contraponto. RECORDO, Mas já não sinto, O veludo Da tua pele E, por isso, Eu a pinto Numa folha De papel. EU NÃO OUÇO A tua melodia. Caio, pois, Sempre em silêncio Para melhor Te sentir Cá dentro Da fantasia. FAZ-ME FALTA A tua voz, Faz-me falta O teu sorriso E como já nem Me pintas O nome Eu canto-te No meu poema Pra que te possa Inventar. DA TUA FALTA Nasceu em mim Uma orquestra Para uma Sinfonia, Contraponto Do silêncio Que teimas Em desenhar Como tua melodia. NA TUA AUSÊNCIA Eu vejo corpos Que dançam Abraçados Ao sabor da Fantasia Em andamentos Sem fim, Vejo luzes, Vejo cores, Sinto aromas De mil flores Que me fazem Companhia Neste palco De um poema Inacabado Porque lhe falta Alegria. TU FALTAS-ME E eu revivo-te No canto e Na cor, Na dança E no amor... ............ Em poesia. São palavras Que lanço Ao vento, Construindo As pontes Invisíveis Desta minha Utopia. TUDO RECRIO Pra te reencontrar À distância De um poema, Cantar-te, Dançar Com as palavras, Dizer-te Em surdina Para melhor Ouvir O que nunca Me dirás. VISITO-TE, ASSIM, Das mil maneiras Com que te Procuro E te digo, Encerrado Nesta torre De marfim, Numa teia Enredado Pra melhor Te reviver Com a leveza Da arte Cá bem mais Dentro de mim.