A OUTRA JANELA
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “A Outra Janela”. Original de minha autoria para este poema. Maio de 2022.

“A Outra Janela”. Jas. 05-2022
POEMA – “A OUTRA JANELA”
DAQUELA JANELA Já não te vejo, Mas se visse O que diria? Um destino, Um caminho Que não sei Onde me leva Nesta incerta Travessia...
SÓ SEI QUE Parto Com o olhar E uma discreta Dor Para destino Ignoto... ........... E por isso Sedutor.
HÁ SEMPRE Outra janela Dentro de nós, Vê-se O mundo Através dela Para não ficarmos Sós.
VIAJAR Ao sabor do vento, Sentir-se Um pouco Vagabundo, Amigo da evasão, Perder-se, sim, Neste mundo Como alguém Que não tem chão.
OUTRA JANELA Sobre a rua, Sobre um rio, Sobre o mar Ou traçado virtuoso Para meu vale Abraçar; Marcas De passos remotos Escritos Na água fria Ou recanto Sem passado Num futuro Desejado Como pura utopia; Um trilho A desbravar: Encontrar-te Lá no fim Do meu longo Caminhar...
SIM, OUTRA JANELA, A que a musa Desenhou Pra que eu te visse Nela Na montanha Ou no mar, Numa praça Da aldeia, Numa rua Em qualquer Outro lugar...
OUTRA, SIM, De onde veja O teu rosto Assomar, Quando o sol Me acende A alma De tanto no alto Brilhar.
O MUNDO Quando acorda, A nascente, E entardece, A poente, Muda de cor E de luz E vê-se De uma janela Como algo Que reluz.
E EU, A TI, Com esta luz Interior, Com outra janela Na alma, Vejo-te sempre A sul, Antes do Entardecer, No infinito Azul, Nesse céu Onde gosto De te ver.
EU CANTO-TE Aqui, Do alto Desta janela, Deste meu lado Da rua Com alma Cheia, Mas nua, Pra que me vista De ti...
HÁ SEMPRE Outra janela Por onde te possa Olhar, A que é feita De palavras Lá no alto Da montanha Ou no embalo Do mar... ............ Onde o poeta Quiser, Onde sentir Que é nela Que mais te pode Encontrar.

“A Outra Janela”. Detalhe