A OFERTA
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: "Fantasia". Original de minha autoria. Setembro de 2022.

“Fantasia”. JAS. 09-2022
POEMA – “A OFERTA”
DESSE ENCONTRO Fatal Em tão cinzento Dia Quis libertar O meu corpo Sem saber se Conseguia... ........... Fui correr Junto à praia À hora da maresia... CORRI, SALTEI Dancei, Respirei Com essa brisa Do mar, Libertei-me Desse aperto Que me ia Sufocar. FIQUEI LIVRE, Mas sozinho, À deriva, Nesse dia, Mas no regresso Da praia Encontrei-te No caminho... ......... Milagres Da fantasia. LOGO TE FIZ Um poema Pois correr Já não chegava, Pus palavras A sorrir Quando a alma Regressava Pra te poder Seduzir. PARTI COM ELA Prà Montanha, Quis trazer-ta Num cabaz... ............ Colhi frutos Lá no alto Guardei-os Todos no peito Pra esse encontro Fugaz Que eu queria O mais perfeito Se disso fosse Capaz. LEMBRAS-TE Dessa cesta E dos frutos que Trazia? Vinham todos Da Montanha, Eram frutos De alegria, Poemas Que derramavam Aromas Em palavras de Embalar E contavam Mil histórias Que te fariam Sorrir... ........... Era oferta Singela De quem te Queria sentir. NA CESTA HAVIA Estrelas Às centenas, Vermelhinhas... .............. Não viste nelas Cintilas Que voavam Tão juntinhas? ERAM MIL CORES E aromas Que desses frutos Brotavam, Colavam-se À minha pele, Mas era por ti Que passavam. MAS PARTISTE Com essa cesta Ao colo, Rápida, Sem me olhar... ............. Não esperava Protocolo (Como sabes), Mas foi grande O meu espanto Desse teu Estranho ar. SÓ À NOITE Me disseste “Obrigada, Meu amigo, Estes frutos Que me deste São belos E tão gostosos, Mas não são O teu abrigo”. PRA ME CURAR Da desfeita E resistir À tristeza Fui correr Em poesia, Pois soa sempre Em meus versos, Contraponto Da frieza, Uma quente Melodia. LIBERTEI O CORPO Outra vez, Mas a alma (Como vês) Ficou sempre Presa a ti, Ninguém pode Devolver-ma, Mas, assim... ............ Não te perdi.

“Fantasia”. Detalhe