SOLIPSISMO
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Parousía”. Original de minha autoria. Dezembro de 2022.

“Parousía”. JAS. 12-2022
POEMA – “SOLIPSISMO”
PROCURO Reinventar-me Sobre os escombros De uma cidade Invisível, Perdida Num tempo Que não é meu. OS DEUSES São meus amigos, Sustêm A vertigem Com que me pinto, Alma inquieta De poeta Ou de pintor Invocativo Do que sinto, Em traços, Em cores Ou em palavras Que resistem Na fronteira Das rugosas vielas Da vida, Tão banal e Rotineira, Lugar de uma Eterna Despedida. E COM ELES VOO Por dentro De mim, Enlevado, Para além Do agreste E estreito Sendeiro Que encolhe A liberdade Nas ruínas Do passado... ............. Pra não ficar Prisioneiro. VEJO-ME, AGORA, Triste por fora, Mas sinto-me Quente por dentro, A transbordar, Ao rubro, Em viagem Ao centro De um magma A flamejar Que me alimenta O desejo Em eclosão, Que se acende Em cores vivas No mar Encrespado Da minha Imaginação. QUE SONHO, Nesta viagem? Que entro no meu Mundo Mais recôndito Por uma nesga Escondida Nas muralhas subtis Da minha alma, A sonhar, E que viajo Sob um azul Que me cobre Como véu O desejo de voar... E ENTÃO VOO E sigo O luminoso Caminho Que se acende Nos meus olhos, A brilhar, E me leva Aos céus Da fantasia... ........... Para te Reencontrar.