Poesia

EU VI UM ANJO…

No Dia Mundial da Poesia,
hoje, 21 de Março,
ofereço este Poema
de João de Almeida Santos.
Ilustração: Vénus, de
Botticelli, re-reimagined 
por João de Almeida Santos 
a partir de Yin Xin
(2008) e de Botticelli (1490).

JAS_VenereYXin2103_Final

EU VI UM ANJO
CAIR
Docemente
Sobre mim
Com seu rosto 
Imaculado
Em momento
Inesperado
Que parecia 
Não ter fim...

VINHA ELE
Lá de bem alto
Onde eu
O pressentia
Mas tive 
Um sobressalto
Porque em mim
Esse anjo 
Imaculado
Não cabia.

SUA LUZ
ERA INTENSA
Ofuscava-me
O olhar.
O seu brilho 
Deslumbrava
E eu senti-me
Cegar...

MAS NÃO SEI
SE ERA ANJO.
Talvez fosse
Uma mulher.
E se não fosse
De arcanjo, 
Ah!, 
Não era um 
Rosto qualquer...

POR ISSO
ME FASCINOU,
Porque ao vê-lo
Descer
Do trono
Onde reinava,
Quase, quase
Me cegou
Com a luz
Que o transportava. 
E levou-me 
Ao Olimpo
Onde a arte
Lhe sobrava.

FIXEI-O, ENTÃO,
Num quadro 
De memória.
Traços leves,
Cores intensas 
Que cativam
O olhar.

PINTEI-LHE DE
NEGRO
O cabelo
Para mais belo
Ficar
E seu rosto
Feminil
Deste modo
Desvelar
Como mulher
Sensual
Que me veio
Capturar.

DESENHEI-A 
COMO BELO
Avatar
Que tomou
Conta de mim
Para sempre
Me lembrar
Que era 
Uma mulher
E não era
Querubim.

MAS VI 
UM ANJO,
Ah!, eu vi,
Entrar bem 
Dentro de mim
Sob forma
De mulher,
Porque anjo
Imaculado
Não cabia,
Infinito,
No meu pequeno
Jardim.

FOI MISTÉRIO
Que subiu
Ao oráculo
Da vida
Onde eu a
Posso ler 
Em texto 
Que só termina
No dia 
Da despedida,
Na hora em que 
Morrer.

EU VI UM ANJO
DESCER
Neste vale
Da minha vida
E ele fez-me
Crescer,
Recomeçar 
A partida...

E COM POEMAS
Parti
Em viagem
Ao Olimpo
Para com ele
Voar
Em cada palavra
Que digo,
Em cada verso
Que sinto!

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