DUAS HORAS…
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Entardecer”. Original de minha autoria para este poema. Outubro de 2018. (Reproposição de um poema de 2017, com adaptações e nova ilustração).

“Entardecer”. Jas. 10-2018
POEMA – “DUAS HORAS…”
OLHEI-TE NOS OLHOS! Eram negros, Intensos E tão profundos! Toquei teus cabelos Com o olhar, Caminhei a teu lado Nesse jardim, Senti o teu corpo Tão perto de mim A respirar O acre perfume Da verde Ramagem Do vasto jasmim… INEBRIOU-ME Esse intenso Aroma E eu enredei-te Em tão doce Enleio Que não tinha fim… BRILHARAM Tão docemente Duas horas inteiras Esses teus olhos... ......................... E neles me perdi! ESTIVE NO CÉU Ao lado de deus E lá vi dois sóis Que não eram dele (Uma luz intensa) Porque eram teus! MAS O TEMPO Correu Depressa Demais... .................. E é sempre assim, Todos os dias Se tornam iguais Quando tu partes E, em nostalgia, Eu fico no cais… VOLTEI A OLHAR-TE Três horas seguidas... Parecia verdade Mas era ilusão Porque partiste Deixando-me só E o que sobrou... .................... Foi solidão! SUBIU A TRISTEZA, A saudade irrompeu Colou-se-me Ao rosto... ............... E como doeu! SE EU NÃO TE VEJO Sinto Falta de ti, Mas se te encontro Logo te perco Porque o tempo Voa E logo te leva P’ra longe dali! TER-TE DEMAIS Aumenta a saudade E quando te vais São negras As nuvens Da nossa cidade! AINDA QUE TRISTE Eu sou feliz E com estas mãos Te vou escrevendo O que quero dizer... ........................ Mas este meu tempo Volta a correr E cresce a vontade De logo te ver Mesmo que saiba Que é nesse instante Que te vou perder… TENHO SAUDADES, Saudades de ti, Desse virar Da nossa esquina, Na mesma rua Onde te vi, Dessa janela Donde espreitamos O que do mundo Sobra p’ra nós… EU JÁ NEM SEI Que hei-de fazer, Ter-te demais É puro prazer... ................... Mas quando te vais Fico a morrer! NEM SEI QUE Te diga, Ah!, meu amor, Quando me deixas Já nem sinto dor Tão grande a tristeza De já não te ter Pois tu partiste Mesmo sem querer! OLHEI-TE NOS OLHOS, Sim, meu amor, Nesse entardecer...