QUASE
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “O Desejo”. Original de minha autoria para este poema. Maio de 2020.

“O Desejo”. Jas. 05-2010 .
POEMA – “QUASE”
DISSE-TE UMA VEZ Que o desejo É quase tudo E o que sobra Quase nada. RESPONDESTE Que, assim, Eu nunca Sairia de mim Pra conhecer O sabor Do quase Que sempre Sobra Do desejo Consumado. SORRI E com ternura Te disse Que é na posse Que se mata O desejo Encantado... ENCOLHESTE Os ombros, Olhaste-me De revés E foste embora Dali. FIQUEI SÓ, Com o desejo Nos braços, Nostálgico E pensativo, Quando dobraste A esquina Deste nosso Desencontro, Tão curto, Mas impressivo... RECORRI À memória Daquele instante Fugaz, Revi-te a beleza Do rosto, Expressivo E tão vivaz, Alma Estampada No corpo, Essa boca Sensual... ............ E o desejo Transbordou Das margens Deste meu Mundo Tecido De fantasia Numa bola De cristal. FIXEI-ME Na tua beleza E dei asas Ao desejo, Desenhei-te Numa tela E cantei-te Num poema (As armas Do meu poder), Cobri-te Toda de cores Para nunca Te perder. E FIQUEI-ME Por ali, A sonhar-te... .............. A matutar No destino Que cedo Me cativou Por achar que O desejo É quase tudo, Mesmo quando O mundo Te abraça E devolve Tudo o que dele Te sobrou.

“O Desejo”. Detalhe.