SEGREDO
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “A Porta” Original de minha autoria. Dezembro de 2020.

“A Porta”. Jas. 12-2020.
POEMA – “SEGREDO”
EU PINTO E CANTO O meu destino, Sonhos velados, A minha vida, Procuro a chave Do meu futuro E não a porta Da despedida. POR ISSO CANTO Como os pássaros, Voo mais longe E com mais cor Porque no céu Há mais azul E nos meus sonhos Há menos dor. ERA SEGREDO Não revelado, Se o dissesse Não deveria Porque dizê-lo Era pecado E certamente Até mentia. E NÃO O DISSE, Mas eu pequei Com um murmúrio Apaixonado Em poemas Tão inocentes Que foram alvo De um julgado. POR ISSO VOO Sempre mais alto, Trepo nas cores Pra lá chegar, O céu azul Dá-me alento Para assim Poder voar E meus segredos Nas nuvens Brancas Em liberdade Ir dissipar. LEVO PALAVRAS Comigo, Procuro inspiração, Levo cores Para o abrigo, Alimento Da minha arte E seiva pura Desta paixão. EU CHAMO MUSAS E tudo o mais E quando parto Lá para cima É sempre festa No nosso cais. LEVO-TE A TI Em fantasia E deste jeito, Levo-te sim, Para que sinta Lá bem no alto Ar rarefeito E menos peso Nesta dor Que cai em mim. EU CANTO E PINTO Por tudo isto, Pra resgatar O meu pecado De exaltar Esse teu rosto, Iluminar Em aguarela Esse enleio Do meu olhar Por te ver Na nossa rua Debruçado Na tal janela E com vontade De te pintar. POR ISSO EU CANTO, Por isso voo Por isso subo Lá para o alto, Já não os vejo, Já não os ouço E já não vivo Em sobressalto. MAS VEM COMIGO, Eu dou-te asas No infinito, No céu azul Voamos juntos A um só tempo E o nosso rumo Será o sul. VÁ, VEM COMIGO, Voa mais alto, Ah, meu amor, Se tu vieres Eu já não sofro E vai-se embora A minha dor.

“A Porta”. Detalhe.