Poesia-Pintura

 “O PAVÃO”

Poema de João de Almeida Santos.
Ilustração: “Azul no Parque”. Original
de minha autoria para este poema.
 Janeiro de 2021.
Pavao012021_2

“Azul no Parque”. Jas. 01-2021.

POEMA – “O PAVÃO”

FUI AO PARQUE
Do Marechal
Logo ao amanhecer
Num triste dia
De outono
Na esperança de
Te ver
À procura do pavão,
Eram muitas
As saudades,
Já passara
Mais de um Verão.

NÃO TE ENCONTREI
Por ali,
Mas logo vi
O pavão,
Sozinho,
Também triste
Como eu
(Ou talvez não),
Pois nele
Reconheci
As cores vivas
Desta minha
Solidão.

PORQUE É
Tão belo
O pavão?
Exibe-se
Altaneiro
E é assim
Que seduz,
Enche-me
A alma
De cor
E inunda-me
De luz.

AH, O PAVÃO,
Esse seu
Porte austero
Estremece-me
Na alma
E gela-me
De emoção
Porque te chama
À memória
E me afunda
Sem perdão.

MAS SEGUI-O,
Nesse dia,
Parque fora
No silêncio
Luminoso
Dum despertar
De aurora.

FOLHAS CAÍDAS
No chão,
Tapete da
Natureza,
Acolhiam
O nostálgico
Passeio
Do poeta
E do pavão,
Num vaguear
D’incerteza.

NESSE JARDIM
Do simbólico
Encontro
A beleza
Despontava
Em seu ritmo
Natural,
Passos lentos
E cuidados,
Pose austera,
Altivez,
Um singelo
Ritual
Que vivi
Com timidez
Junto ao pavão
Matinal.

CAMINHEI COM ELE
Horas a fio,
Lado a lado,
Sem destino,
Procurando
O teu rosto
Num eterno
Desatino
Que sempre
Acaba
Em desgosto.

JÁ NO ALTO
De um muro,
Oráculo,
Arte pura,
Aparição...
............
Com o olhar
Lhe perguntei
Qual a cor
Da tua alma
Nos jogos
De sedução.

COM POSE ALTIVA,
Rigor
E perfeição
Logo exibiu
Esse azul
Tão luminoso
Onde sempre
Se esfumam
Os traços
Da tua mão...
.................
E logo o encanto
Surgiu
Com teu rosto
Espelhado
Nas cores vivas
Do pavão.
Pavao012021_2R

“Azul no Parque”. Detalhe.

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