ENCONTRAR-TE NUM POEMA
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “La Diseuse”. Original de minha autoria para este poema. Janeiro de 2021.

“La Diseuse”. Jas. 01-2021.
POEMA – “ENCONTRAR-TE NUM POEMA”
ÀS VEZES Perco-me Em ti Quando te sonho No poema, Ondulas Entre tristeza E doçura Nos teus dias Mais incertos, Em momentos De ventura, Na fronteira Do dilema. SE ÉS TERNA, Eu estremeço Porque enleia, O teu olhar, Olhos castanhos Despontam No suave Amanhecer Quando em surdina, Vibrando, Partilhas Esse teu Acontecer. CONTEMPLO A tua imagem, Beleza Intermitente, Por instantes Muito breves, Mas logo regresso Ao murmúrio Sedutor, Encanto Tão inocente, E a tão meiga Ternura Que me afaga Com pudor. O TEMPO Corre sempre Contra nós E eu corro Contra ele Pra que a saudade Não chegue Antes de a partida Soar E em meu rio Desague Para logo Transbordar. VIVO No intervalo Do desejo De onde te ouço Dizer Que não há Excesso de tempo Neste efémero Viver, Destino Que te domina E me impede De te ter. MAS PERCO-ME No brilho Desses teus olhos, Bem cedo Pela matina, À procura Dessa cor Que logo assoma Bem viva Quando o sol Te ilumina. SINTO CALOR No meu peito E procuro o teu Regaço Pra que me vejas Por dentro No poema Que te canto E que ouves com Ternura Como se fosse Abraço. EU GOSTO Da doçura que te Invade Quando recusas O mundo Que te atropela Nas curvas Da tua vida Para sentires Com a alma O poema Que te deixo Quando chega A partida. AH, COMO GOSTO De te sonhar Dizer-te Em poesia... ........... É encanto, É prazer E é mistério... ......... É a vida Em sinfonia!

“La Diseuse”. Detalhe.