VIAGEM
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Espanto”. Original de minha autoria para este poema. Março de 2021.

“Espanto”. Jas. 03-2021.
POEMA – “VIAGEM”
ERA UMA VEZ Uma camélia que, Num sonho, Me encantava, Uma fada Em busca Do que eu perdera No jardim Onde morava. FLOR DE ALVURA Deslumbrante Iluminou-me A vida, Nesse instante, Na procura das raízes Que sobraram De uma estranha Despedida De dias que não Voltaram. MOSTRAVA Um inocente Espanto De me ver Assim, sozinho, De repente E por encanto, Perdido Do meu caminho. E PARTIU. Levou A luz Que o seu corpo Acendia Nesse estreito Sendeiro Onde a solidão Não cabia. DEIXOU O JARDIM, Vida adentro Por caminho Original, Era um feixe De luz À procura Do que ficara Perdido Lá no fundo, Num recife De coral. MAS ENCONTROU-TE À tona, Vagueando No mar plano Da vida Sem saber Onde ficara A tua praia Perdida. E REGRESSOU Ao jardim, Triste De não te poder Resgatar Dessa vida, À deriva Em ondas De alto mar. FOI À PROCURA De cores, Queria muitas E vibrantes, E encontrou No jardim Umas luzinhas Brilhantes, Dessa luz Que não tem fim Como a que Guia os amantes. E LÁ FOI E anda ela, Umas vezes É pura luz E outras É aguarela, Sempre À procura de ti, Levada Pela corrente, Com timidez E espanto, Por aí, Até que um dia Te encontre, Talvez triste E conformada, Aninhada Num recanto De vida Desperdiçada. DAR-TE-Á As suas cores, Regressando Ao jardim Pra de novo Iluminar A minha melancolia E ser regada Por mim Nas tardes De cada dia. CAMÉLIA Encantada No poema E na pintura... ............. Assim te vou Recriando como Fada Que me cura!

“Espanto”. Detalhe.