ENCONTRO
Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “Silhueta”. Original de minha autoria. Novembro de 2021.

“Silhueta”. Jas. 11-2021
POEMA – “ENCONTRO”
OS ASTROS Alinharam-se Uma só vez, Passados anos E anos De sofrida aridez Que roubou Tempo À fantasia, Luz À vida, Cada instante, Lentamente, Cada dia... ENCONTREI-TE Sem querer, Astros Ou destino, Quero lá saber, Se é tão bela Esta forma Tão singela De te ver. ABANDONEI-ME Ao destino E o acaso Chegou. Vi-te estranha Em tardio Reencontro, Com a fita Da memória A rodar Em moviola... ERA INCERTA A tua imagem, O olhar Levemente Embaciado... .............. Um arco-íris Descera Com o sol Dessa manhã, Dourado, Gotículas Brilhantes Como lágrimas De nostalgia Cobriram-me O olhar Pra te ver Como se fosse Magia. FICOU-ME A alma cheia, Cintilante, A transbordar... ............ Mas o vazio Também logo Regressou, Um sorriso, Um instante, Duas palavras Pra enganar O silêncio... .......... E o ânimo Quebrou. VISLUMBREI-TE A caminho do Destino, Raptou-me O acaso A incerta Silhueta Que não pude Desenhar No meu campo De visão, Como se fosse Castigo Sem ponta de Compaixão. E AQUI ESTOU EU Devolvido À solidão, Novas saudades De ti, Um poema Em gestação... SÓ ASSIM TE SEI Falar, Fico incerto Se te vejo, Troco o passo A cada instante, Hesito nesse Momento, Finjo aquilo Que não sinto E, por fim, Fico tão-só Amante da poesia Que me dá o que Não tenho... ............ Uma réstia De alegria. OS ASTROS ALINHARAM-SE Pra te voltar A perder... ........... Dois minutos, Um sorriso, Pouco mais. Este novo Entardecer Chegou cedo Ao meu cais.