LUZ
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “O Arbusto”. Original de minha autoria. Dezembro de 2021.

“O Arbusto”. Jas. 12-2021
POEMA – “LUZ”
LUZ DO CÉU, Tanta luz Descia por uma Fresta No coração Do arbusto, Raio Na escuridão Que caíra No poeta Como noite No jardim. LUZ, MAIS LUZ, Era o que sempre Pedia, Era luz que lhe Faltava Quando ela Esmorecia No seu olhar Já cansado. MAS ELA CHEGOU Sob forma de poema E desenho Esboçado, Cores quentes e Traços Ao infinito, Palavras Murmurejadas, Num movimento Sem fim Até a luz Se apagar No arbusto Do jardim. LUZ, MAIS LUZ, Insistia o poeta Ao entardecer De um dia Quando a luz Esmoreceu E, com ela, Também ele já Se perdia. ERA VIDA Que findava, Tempo De despedida Que cedo demais Lhe chegava E obrigava À partida... E A LUZ Reavivou Nas cores E nas palavras Que lhe saíam Do peito E do fundo Da memória Pra recriar A preceito Tudo aquilo Que sobrou De uma paixão Sem glória. SÃO POEMAS Que lhe canta, São cores, São riscos Com que desenha A alma, São sons Dessas palavras Com que Escuta o seu Silêncio, É pauta de melodia Que da tristeza O resgata Como secreta Alquimia. É ASSIM QUE A luz Regressa, O arbusto Ilumina E sua alma Tempera Como harpa Em surdina. VOLTA, POIS, Ao dia em que Tudo começou, Tropeça na Luz intensa, Alumia a sua Alma E põe um fim À tristeza Dessa perda Capital, Descobrindo Nos poemas Remédio Para o seu mal.