VER
Poema de João de Almeida Santos.
Ilustração: “O Colibri”.
Original de minha autoria.
Dezembro de 2021.

“O Colibri”. Jas. 12-2021
POEMA – “VER”
QUANDO TE VEJO,
Vejo-te a cores,
Sinto aromas,
Provo sabores
Na fantasia
E vejo traços
E vejo riscos
E tantas fugas
Prò infinito
Nos sete céus
Dessa magia
E eu respondo
Sobre o que
Sinto
Se me perguntas...
...........
- Epifania!
AO LONGE,
O horizonte
Desses teus riscos,
Aqui ao perto
Uma ponte
Desenhada
Que me leva
Ao pé de ti
E se o rio
Transbordar
Sei que te alcanço
Voando
Num colibri.
QUANDO TE VEJO,
Eu vejo ruas
E vejo praças
E catedrais,
Vejo desenhos
Na tua mão,
Vejo vitrais
E vejo sóis
Em refracção.
VEJO O TEU ROSTO,
Vejo-te a ti,
Sentir-te perto
Era o desejo
Nesses poemas
Que escrevi,
Ver o teu céu
Azul profundo
Pra onde voa
O colibri.
VEJO MONTANHAS
E vejo cores,
Eu vejo casas
E vejo amores
Por esses vales
E esses rios
Por onde corre
O fio d’água
Com que regas
O teu jardim
Pra nele nascerem
Os meus poemas
E ter-te sempre
Perto de mim.
SINTO NO AR
O teu perfume,
Cabelos negros
A esvoaçar
E sinto o vento
Nesse teu rosto
E altas ondas
No nosso mar
Mesmo que venhas
Só ao sol-posto
Com os teus barcos
A navegar
Nessas águas
Cristalinas
Onde se perde
O meu olhar.
EU VEJO TELAS,
Os teus pincéis,
Doce pintora,
Vejo a tinta
Na tua mão,
Vejo-te a ti
Tão concentrada
Nesses desenhos
Em construção
A pintar
Um colibri.
VEJO QUADROS
E vejo letras,
Nessa pintura
Vejo sinais
Para eu ler,
Vejo-te a ti
Neste pontão
Do nosso cais
E sou feliz
De assim te ver.
Isso me basta.
Não quero mais.
EU VEJO TUDO,
Eu vejo,
Mas faz-me falta
O teu sorriso.
Nada mais quero
Como desejo
Pois é só disso
Que eu preciso.