Poesia Pintura

DESPEDIDA

Poema de João de Almeida Santos
Ilustração - “Rosas”
Original de minha autoria
Janeiro de 2022
JAS_Rosas2022_4psd

“Rosas”. Jas. 01-2022

POEMA – “DESPEDIDA”

NUM CERTO DIA
(Banal)
Acordei
De um sonho
E lembrei-me
Logo de ti.
Só então eu
Pude ver
(Como no sonho)
Que o teu rosto
Perdeu brilho
E que já
Nem me sorri.

ESSE TEMPO
É passado
Que o tempo
Resolveu.
Aquele que agora
Te evoca
É outro,
Já não sou eu.

NÃO QUERO
Ver-te
Nem ouvir
A tua voz,
Entre mim
E o teu rosto
Já não encontro
Um nós.

AGORA
(E mesmo em sonho),
Teu perfil
Não me fascina
E o olhar
Já não me brilha,
Tudo em ti
Sabe a passado
E nada me diz
Do futuro,
Vejo tempo
Sem raízes
(É destino,
O meu fado?)
No qual já não
Me depuro.

VÊS COMO A VIDA
Vai direita
Por linhas tortas
Seguindo?
Vês
Como o canto
Fortalece?
Saio de ti
Lentamente
Para que o tempo
Resolva
O que num sonho
Acontece.

FICAM TÃO-SÓ
Alguns versos
A marcar
O meu passado,
Registos
Da caminhada
Que num sonho
Fui fazendo
Sem nunca te ter
A meu lado.

MAS O TEMPO
É escultor,
Lapida
As nossas vidas
Deixando apenas
Sinais
Pra que não fiquem
Perdidas.

AH, ESQUEÇO-TE,
Mas não te perco,
Perdi-te,
Mas não t’esqueço,
Lembro-te,
Mas não te quero,
Revejo-te,
Não reconheço,
É mundo
Que já partiu,
Não se pode lá voltar
A não ser com
Um poema
Para com arte
O fechar.
JAS_Rosas2022_4psdR

“Rosas”. Detalhe

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