OLHAR
Poema de João de Almeida Santos.
Ilustração: “Olhar”.
Original de minha autoria.
Outubro de 2022.

“Olhar”. JAS. 10-2022
POEMA – “OLHAR”
QUE ME DIZES,
Tão frontal,
Olhar inquieto,
D’espanto?
É chamamento,
Sinal,
É resposta
Ao meu canto?
A TUA VOZ
É murmúrio,
Melodia,
É música,
É sinfonia,
É orquestra
A tocar...
E são belos
Os teus olhos,
Porque me sabem
A... mar,
São ondas
Na minha alma
Por onde
Vou navegar.
NÃO É AZUL
Sua cor,
Mas de sol
Que ilumina,
Olhas pra mim,
Meu amor,
Se te navego
À bolina?
CABELOS
Desalinhados,
Sopra o vento
Sobre ti
E em seu intenso
Soprar
Ficas tão longe
Daqui
Como a montanha
Do mar.
QUE PROCURAM
Os teus olhos?
Tua boca balbucia
Palavras
Que ao silêncio
Se votam
Até que a alma
Sorria...
QUANDO NELAS
Leio a pergunta
Que nunca,
Ousando,
Faria,
Dizes, sim,
Que tu não sentes
O que eu
Nunca te diria?
DIZES QUE NO
Poema
Já saudade
Tu não és,
Algo que devo
Esquecer ...
.............
Se não vierem
Marés
Onde te sinta
Crescer?
TEUS OLHOS
Húmidos
Fascinam,
Uma boca que seduz,
Teus cabelos
Desalinham
E eu,
Poeta d’outono,
Na mais pura
Contraluz...
OLHAS-ME, POIS,
Inquieta,
Sem estar
À tua frente,
Uma dorida
Distância
Que no silêncio
Se sente,
Mas por isso
Eu te digo
Que o teu olhar
Não me mente.
QUE ME DIZEM
Os teus olhos
Hoje, assim,
Tão de repente?