ORÁCULO
Poema de João de Almeida Santos. Ilustração: “Luz”. Original de minha autoria. Maio de 2023.

“Luz”. JAS. 05-2023
POEMA – “ORÁCULO”
NO ORÁCULO Há uma árvore Iluminada Nos dias de ritual. Essa árvore és tu E eu a luz Que alumia Com o ceptro De cristal Do templo sagrado De Athena, Da arte A catedral. ÀS VEZES BRILHAS, Sim, Incendeias-me O estro No poema Em construção, Outras convocas A sombra E o silêncio, A árvore Entristece E também eu Me apago Em infausta Comoção. É BELA A ÁRVORE, Mas não dá frutos, Só beleza Luminosa E fugidia Quando em dias De ritual Te canto Com vigor E fantasia E o brilho Dos teus olhos Me acende Esta paixão Como pura Energia. SE NÃO TE VEJO, Apago-me Em submissa Tristeza, Falta-me o teu Olhar, De cada poema A luz, Do afecto A Incerteza. FLUI O TEMPO, Gasta-se a vida, Fogem de nós As palavras, O olhar Empalidece, Esmorece A alegria, O oráculo Já não acolhe O meu canto E, depois, Ah, depois, Regressa A rotina De cada dia... MAS A DEUSA Aguarda-me Impaciente E eu hesito Em chamar-te Ao ritual Com medo Que não me ouças E eu perca, Do oráculo, A magia Do seu ceptro De cristal... MAS EU TENHO-TE Dentro de mim E convoco-te Ao poema Para acender, Com a luz Do teu olhar, A árvore Inspiradora, Enquanto o canto Durar. NÃO RECUSES O chamamento, Não apagues Essa luz Que quer sempre Renascer, Deixa que eu Te cante E celebre Em cada amanhecer, Te acenda Na fantasia Nem que seja Por um instante Ou na voragem De um dia.

“Luz”. Detalhe